Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 7 de agosto de 2011

189 - Duas faces antagônicas do GALO: O título de campeão da Copa BH de Futebol Júnior e a esperada queda de Dorival Júnior

Já era aguardada com bastante preocupação a iminente saída de Dorival Júnior do comando técnico do time do Atlético. Mesmo com toda a sua insuspeitável capacidade profissional, Dorival não conseguiu fazer do bom elenco do Atlético, um time competitivo e que apresentasse um mínimo de organização em campo e um futebol de razoável qualidade. Uma pena! Após salvar o time do descenso no Campeonato Brasileiro do ano passado, Dorival chegou com o Atlético na final do Campeonato Mineiro, mas perdeu o título para o arqui-rival e fracassou vergonhosamente na Copa do Brasil e nas primeiras rodadas do Brasileirão deste ano, conquistando apenas 4 vitórias e 3 empates em 15 rodadas do primeiro turno, com um pífio aproveitamento de 33,3%. É inexplicável como um clube com toda a infra-estrutura disponível na Cidade do Galo, com uma comissão técnica competentíssima e um elenco com vários jogadores de qualidade, não consegue formar um time razoável para disputar, com chances de sucesso, o difícil Campeonato Brasileiro. Nem Freud explica!
Para aliviar um pouco as más notícias que não arredam pé da Cidade do Galo, os meninos da base conquistaram hoje à tarde, pela quinta vez, o título de campeão da Taça BH de Futebol Júnior, com uma campanha invicta memorável. Foram 9 partidas disputadas, com 9 vitórias conquistadas, marcando 20 gols e sem o goleiro Paulo Vítor levar um gol sequer. É para lavar a alma! Quem sabe o futuro de conquistas não esteja nas mãos (ou nos pés) dessa nova garotada. É torcer para que isso se torne realidade, pois a situação do time profissional, ano após ano, é tristemente desoladora.

A campanha dos garotos do Galo na XXVII Taça BH:
1ª Fase
Atlético 1 x 0 Corinthians
Atlético 1 x 0 Brumadinho/Liga
Atlético 2 x 0 Contagem
Atlético 3 x 0 Guarani-SP
Atlético 3 x 0 Guarani/Pará de Minas
Oitavas de final
Atlético 4 x 0 Corinthians
Quartas de final
Atlético 2 x 0 Coritiba
Semifinal
Atlético 1 x 0 Internacional
Final
Atlético 1 x 0 Fluminense
O técnico Rogério Micale escalou o Galo com: Paulo Vítor; Roger, Igor, Jemerson e Fernando Pavão (Victor); Luan (Cássio), Lucas (Café), Paulinho (Álvaro) e Bernard; Leleu e Paulo Henrique (Rafael Souza).
Este foi o quinto título do Atlético na Taça BH. A equipe já havia vencido a competição em 1988, 1989, 2005 e 2009.
Gol: Bernard, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Paulinho, Lucas, Luan, Igor e Bernard (ATL); Éverton, Lucas Patinho, Lucas, Léo e Gullithi (FLU). Cartão vermelho: Wellington (FLU).
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG). Data: 07/08/2011. Arbitragem: Wanderson Alves de Souza, auxiliado por Mauro dos Santos e Valdeci da Silva.

188 - Algodão, antiga riqueza do Norte de Minas

Por um longo período, a economia de Espinosa tinha como motor propulsor do desenvolvimento a cultura do algodão. A agricultura se resumia apenas na cultura do algodão, que bancava a manutenção de várias beneficiadoras deste produto, que faziam circular bastante dinheiro na cidade e na região Norte de Minas. Muita gente, em Espinosa, ganhou bastante dinheiro nessa época áurea de grande produção dessa cultura, até a sua derrocada tempos depois. 
A cultura do algodoeiro atravessou grandes dificuldades na década de 80. Entre estas podem se destacar a chegada ao Brasil da praga do bicudo, responsável por sérios prejuízos à cultura, e os incentivos oferecidos para compra de algodão importado, que fizeram a demanda interna do produto, pela indústria têxtil nacional, entrar em franco declínio.
Essas dificuldades resultaram na queda substancial da produção no Nordeste Brasileiro, em função da baixa adoção de tecnologias que impossibilitava a convivência adequada com a praga do bicudo e da baixa competitividade do produto local com o importado, em razão da sua qualidade extrínseca e da escala de comercialização. O revés da cultura do algodoeiro também foi verificado nas demais áreas tradicionalmente produtoras de São Paulo e Paraná. Este último estado viu sua área plantada cair de cerca de 700 mil hectares no início da década de 90 para menos de 40.000 hectares em 2001.
Como alternativa para rotação com a soja, os produtores do Centro-Oeste viram no algodão uma grande oportunidade de negócios. A segunda metade da década de 90 significou um marco na migração da cultura do algodoeiro, das áreas tradicionalmente produtoras para o cerrado brasileiro. Hoje esta região responde por 84% da produção brasileira de algodão, tendo o estado de Mato Grosso como maior produtor brasileiro. O sucesso da cultura do algodoeiro no cerrado tem sido impulsionado pelas condições de clima favorável, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura, programas de incentivo à cultura implementada pelos estados da região e, sobretudo, o uso intensivo de tecnologias modernas. Este último aspecto tem feito com que o cerrado brasileiro detenha as mais altas produtividades na cultura do algodoeiro no Brasil e no mundo, em áreas não irrigadas. A Embrapa vem participando decisivamente da aventura do algodão no cerrado através da geração e transferência de tecnologias. A cada ano, vêm sendo lançadas pelo menos duas novas cultivares e sendo desenvolvidos novos sistemas de produção e de manejo integrado de pragas e doenças, visando atender a uma demanda crescente por novas tecnologias.
O presente sistema de produção de algodoeiro no cerrado que a Embrapa está disponibilizando, resulta da necessidade dos clientes, de acesso imediato a informações precisas sobre temas que envolvem toda a cadeia produtiva do algodoeiro no cerrado. Constitui-se em uma contribuição a mais e espera-se que seja de grande utilidade para o desenvolvimento da cultura do algodoeiro nesta região de grande importância para o agronegócio brasileiro.
Até o início da década de 90, a produção de algodão no Brasil concentrava-se nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Após esse período, aumentou significativamente a participação do algodão produzido nas áreas de cerrado, basicamente da região Centro-Oeste. Esta região, que em 1990 cultivava apenas 123.000 ha (8,8% da área de algodão do país) passou para 479.000 ha em 2002, correspondendo a 63,0% do total da área. Os estados do Centro-Oeste, reconhecidamente produtores de algodão herbáceo, são Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Outros estados brasileiros que também estão produzindo algodão no Cerrado são a Bahia e o Maranhão na região Nordeste, cujos sistemas de produção apresentam características semelhantes às do Centro-Oeste.
Atualmente, a região Centro-Oeste responde por 74,47 % do algodão produzido no Brasil. Somando-se a produção do Centro-Oeste com a da Bahia e do Maranhão, o algodão do Cerrado representa mais de 80 % da produção nacional.
O deslocamento da produção de algodão para a região dos cerrados, principalmente do Centro-Oeste, foi resultante das condições favoráveis para o desenvolvimento da cultura e da utilização de variedades adaptadas às condições locais, tolerantes a doenças e com maior potencial produtivo, aliadas às modernas técnicas de cultivo. Soma-se a isso, a expressiva elevação dos preços internos no primeiro semestre de 1997, o estreito suprimento do produto no mercado interno e o estímulo dos governos estaduais, através de programas especiais de incentivo à essa cultura.
Outro fator determinante da evolução da cultura do algodão no Centro-Oeste é a produtividade. Enquanto no Sul, representado pelo Estado do Paraná, a produtividade em 2002 foi de 2.388 kg/ha e no Sudeste, de 2.448 kg/ha de algodão em caroço, a média do Centro-Oeste foi de 3.550 kg/ha, aproximadamente 47% maior.
A cultura do algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.), realizada em condições de sequeiro, destaca-se como uma das mais importantes para a região Nordeste, em especial para os pequenos é médios produtores, tendo assim importância social e econômica muito elevada para o agronegócio nordestino, sendo que esta região é na atualidade um dos maiores pólos de consumo industrial de algodão da América Latina, junto com o Estado de São Paulo e o México.
Uma das grandes vantagens desta atividade é que mais de 75 % do custo de produção é com mão-de-obra o que significa ocupação para milhares de trabalhadores rurais. O algodão produzido pelas pequenas propriedades na região Nordeste é todo colhido à mão, o que proporciona, quando esta operação é bem feita, a obtenção de um produto de elevada qualidade intrínseca, ou seja de tipo superior, de 1 a 3 na classificação de algodão em caroço, com também qualidade intrínseca da fibra superior, especialmente a reflectância, a finura, a resistência e a fiabilidade. Os pequenos produtores de algodão herbáceo no Nordeste têm grande tradição com o cultivo desta malvácea e utilizam muito pouco insumos, principalmente fertilizantes inorgânicos, herbicidas e inseticidas, tendo assim a grande vantagem com relação as demais áreas de produção do Brasil, de ter um custo de produção bem menor, o que eleva a rentabilidade, apesar de ter um potencial de produção bem menor do que, por exemplo o do Mato Grosso, condições de cerrado com grandes produtores.
O algodão é um produto que tem mercado garantido dentro da própria região Nordeste e não é perecível, o que se constitui em uma grande vantagem para o produtor. Neste sistema de produção, são evidenciados os passos tecnológicos para a cultura do algodão para o pequeno produtor desta cultura em condições de sequeiro (dependente de chuvas ) na região Nordeste.
A cultura do algodão é de grande importância econômica e social na região Norte de Minas Gerais, sendo a maior fonte de renda e, de longe, a principal cultura do município de Catuti. Sua estrutura de produção é baseada em pequenas propriedades, o que caracteriza forte presença de agricultores familiares. A sua viabilidade econômica é fundamental para a agricultura familiar e também para evitar o êxodo rural da região.
Nas décadas de 1980 e 1990, o algodão era a principal fonte de renda de vários municípios do Norte de Minas, com 130 mil hectares plantados gerando milhares de empregos. A escassez de chuvas e a entrada do bicudo-do-algodoeiro fizeram com que a cultura entrasse em decadência.
A área plantada foi reduzida drasticamente, com o fechamento das usinas de beneficiamento. Isso trouxe desemprego e outras dificuldades para a população. Desde 1987, a área a ser colhida foi reduzida drasticamente, não apenas em Catuti mas também na região Norte de Minas Gerais.

Projeto de retomada
Na tentativa de reverter a situação e buscar opções para os agricultores familiares na região, iniciou-se em 2007 o Projeto de Retomada do Algodão no Norte de Minas Gerais, sob a coordenação da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa).
O projeto está baseado em testes com a semente geneticamente modificada com tecnologia Bt, conhecida como algodão Bollgard, desenvolvida pela Monsanto. Os experimentos testaram duas variedades do algodão Bollgard (Nuopal e DP90-B).
O projeto experimental envolveu inicialmente um grupo de 30 agricultores familiares que, juntos, plantaram 166 hectares em sete municípios: Catuti, Janaúba, Mato Verde, Pai Pedro, Monte Azul, Francisco Sá e São Francisco.
Além das sementes, os pequenos agricultores receberam assistência técnica gratuita, com visitas de um técnico a cada três dias. As lavouras foram plantadas no fim de dezembro de 2008 e colhidas a partir do início de abril de 2009.
O custo do plantio do algodão foi financiado pela própria Amipa, com recursos oriundos do Programa Mineiro de Algodão (Proalminas), fundo criado pelo governo do Estado para o incentivo à atividade. A outra parte foi bancada com crédito rural liberado pelo Banco do Nordeste e pelo Banco do Brasil.
O plantio das sementes transgênicas foi realizado de acordo com a legislação, sendo que em cada lavoura foram reservados 20% do cultivo de algodão convencional (variedade Delta Opel). A seguir serão apresentados os principais resultados do projeto na safra 2008/09.

Resultados iniciais
De acordo com as características socioeconômicas dos produtores analisados, cada um conta com, em média, uma área disponível de 20 hectares, onde plantaram 5,5 hectares de algodão em 2008. Obtiveram uma produtividade média de 127 arrobas de algodão Bollgard por hectare, resultado inferior às suas expectativas, mas bem acima da produtividade de algodão convencional na região.
Segundo o técnico responsável pelo projeto, José Tibúrcio, “antes, no plantio do algodão convencional, a média de produtividade na região era de apenas 30 arrobas por hectare”.
Com base na informação disponível das parcelas experimentais de 18 produtores, pode-se inferir que a produtividade do algodão Bollgard foi estatisticamente superior à produtividade do algodão convencional.
A diferença entre a produtividade do algodão Bollgard e o convencional (19,47 arrobas por hectare) ficou abaixo da esperada pelos produtores porque a lavoura foi plantada tardiamente, devido à demora da disponibilidade de recursos, e também pela falta de chuva. Segundo o técnico José Tibúrcio, a produtividade potencial do algodão transgênico é de 200 arrobas se plantado na época certa, aproveitando as chuvas que geralmente ocorrem em novembro na região.
Ele afirma que a variedade alterada geneticamente se adaptou muito bem às condições do semiárido. “O ciclo do algodão transgênico no Norte de Minas é menor do que em outras regiões do País, variando de 70 a 120 dias. Isso se deve à baixa altitude (600 metros) e à alta luminosidade, que favorecem o desenvolvimento da planta, com maior rapidez de crescimento”. O intervalo entre o plantio e a colheita fica entre 250 a 300 dias em outras áreas produtoras, como em Mato Grosso.
Além dos ganhos de produtividade, outro benefício econômico e ambiental do algodão Bt é a redução da aplicação de inseticidas. Na cultura convencional, o produtor faz em média de 18 a 20 aplicações de inseticida entre o plantio e a colheita. No algodão geneticamente modificado, a própria planta de algodão produz o bioinseticida, reduzindo a necessidade para no máximo sete aplicações de defensivos, específicas para o controle do bicudo.
Com a tecnologia Bt, a planta é protegida contra o ataque nos frutos, pois a proteína chamada Bt1 atua sobre as lagartas que a atacam na fase de floração e frutificação.
Outro benefício da tecnologia transgênica é que a redução do número de aplicações de inseticidas melhora a qualidade de vida do produtor, que tem mais tempo para passar com a família, e diminui sua exposição a agrotóxicos, reduzindo o risco de malefícios à saúde.
O aumento da qualidade da pluma do algodão foi outro benefício do algodão Bt. De acordo com José Tibúrcio, “com o uso de tecnologias adequadas de manejo e nutrição, consegue-se atingir padrões HVI com o algodão Bollgard”. Desta forma, a melhor qualidade do produto final facilita a inserção do agricultor familiar de forma competitiva no mercado. Os resultados iniciais do projeto sugerem, portanto, que a utilização do algodão Bt permite o aumento da produtividade, a redução de custos e incrementos na renda do produtor. Os resultados da análise dos questionários e dos ganhos significativos de produtividade indicam que o projeto é promissor e tem potencial de fazer ressurgir a atividade na região.
A receptividade dos produtores familiares também foi boa à introdução da nova tecnologia. Com o apoio de crédito do Banco do Nordeste, o projeto terá recursos suficientes para expandir em até 100% a lavoura do algodão no Norte de Minas.
Para a nova safra, espera-se plantar mais cedo o algodão para aproveitar as chuvas de novembro. O sucesso inicial do projeto do algodão também estimulou a Amipa a testar o milho Bt no próximo ano. “Como todo agricultor familiar é um produtor de alimentos, pretendemos disponibilizar o milho transgênico para avaliarmos o comportamento das variedades em nossas condições de semiárido”, conclui José Tibúrcio.
Apesar de resistências políticas e ideológicas à adoção de transgênicos por agricultores familiares, os resultados preliminares deste projeto indicam que os transgênicos podem reanimar a agricultura familiar em regiões empobrecidas e com problemas climáticos e de pragas. Isso porque a tecnologia Bt é uma solução para um problema agronômico sério – a destruição de lavouras de algodão (e de toda a economia que surge ao redor) por insetos (praga). A resistência aos insetos é um atributo valioso que diminui a dependência na aplicação de inseticidas. Fonte: agroanalysis.com.br

187 - Walt Disney, um verdadeiro gênio do entretenimento

Continuando o assunto sobre a eterna magia das histórias em quadrinhos, matéria tratada aqui no nosso blog há pouco tempo, vamos conhecer agora um pouco sobre as maravilhosas criações de um dos maiores gênios da indústria do entretenimento mundial, Walt Disney.  
Antes de tudo, gostaria de dizer que eu era tão aficionado pelas histórias dos personagens Disney que, durante a minha infância, ao invés de comprar balas, chicletes, doces e refrigerantes, como toda a meninada fazia, eu juntava todo o dinheirinho que eu ganhava da minha mãe para comprar revistinhas em quadrinhos. Era uma alegre conquista para mim, ir até a banca de Sêo Zezinho Oliva comprar uma edição do Pato Donald, do Mickey, do Tio Patinhas ou do Zé Carioca. Infelizmente, há um bom tempo não leio mais revistas em quadrinhos, mas espero ter a oportunidade de voltar a me encantar com as fascinantes histórias desses personagens inesquecíveis. 
Walt Disney foi um produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista, dublador, animador, empreendedor, filantropo e co-fundador da The Walt Disney Company. Tornou-se conhecido, nas décadas de 1920 e 1930, por seus personagens de desenho animado, como "Mickey" e "Pato Donald". Ele também foi o criador do parque temático sediado nos Estados Unidos chamado Disneylândia, além de ser o fundador da corporação de entretenimento, conhecida como a Walt Disney Company.
Walter Elias Disney nasceu em Chicago, no dia 5 de Dezembro de 1901. Era um dos 5 filhos de Elias Disney e Flora Call Disney. Depois do nascimento de Walt, a família Disney mudou-se para Marceline, no Missouri, onde Walt viveu a maior parte da sua infância. Ele demonstrou, desde muito novo, interesse pela arte. Para fazer dinheiro extra, vendia, com frequência, desenhos aos seus vizinhos. Estudou arte e fotografia, tendo ingressado na High School de McKinley, em Chicago.
Em 1918, durante a primeira grande guerra, Disney tentou alistar-se no serviço militar mas foi rejeitado devido a ter, na época, apenas 16 anos de idade. Walt ofereceu, então, os seus préstimos à Cruz Vermelha, tendo sido enviado para a França, onde permaneceu um ano guiando uma ambulância que, em vez de ostentar uma camuflagem normal, estava coberta por desenhos seus. Após o seu regresso da França, iniciou, com uma pequena companhia chamada Laugh-O-Grams, a sua carreira em arte comercial. Devido ao pouco sucesso que obteve com esta empresa, resolveu rumar à Hollywood e aí começar de novo.
Em 1928, surge o seu primeiro personagem, o rato "Mickey", ao qual se seguem, nos anos seguintes, inúmeros outros: "Pato Donald", "Pateta", "Pluto", "Tio Patinhas", "Minnie"...
Com o sucesso dos desenhos animados estrelados por "Mickey Mouse", Walt Disney começou a licenciar seus personagens para serem transformados em brinquedos e outros produtos de consumo, como relógios, o que gerava lucros para o estúdio em um momento de grave crise econômica. Disney também firmou um acordo com a empresa King Features para distribuir as tiras protagonizadas por suas criações.
Dessa forma, em 13 janeiro de 1930, os jornais norte-americanos começaram a publicar as tiras de "Mickey", desenhadas por Ub Iwerks e arte-finalizadas por Win Smith, a partir de roteiros elaborados pelo próprio Disney, que se baseavam nos curtas de animação. Quando Iwerks e Smith deixaram o estúdio, Disney incumbiu o artista Floyd Gottfredson de fazer os quadrinhos. Em 45 anos de trabalho, Gottfredson escreveu e desenhou as aventuras serializadas e as piadas de "Mickey" e criou personagens como o "Coronel Cintra", o bandido "Mancha Negra" e "Esquálidus", o homem do futuro.
Outro artista de destaque nas tiras e páginas dominicais editadas nos jornais foi Al Taliaferro, que auxiliava Gottfredson em suas tiras e fazia as adaptações de desenhos animados para os quadrinhos, na série intitulada "Silly Simphonies", para a qual desenhou, em 1934, "A Galinha Sábia" e se encantou com o pato preguiçoso e irritadiço vestido de marinheiro que debutou nessa história. Taliaferro convenceu Disney a lançar, quatro anos depois, a tira do "Pato Donald", que realizou até sua morte, em 1969, adicionando à "Família Pato" novos integrantes, como os sobrinhos de "Donald" ("Huguinho, Zezinho e Luisinho"), a "Vovó Donalda" e "Margarida".
O mais cultuado dos quadrinhistas norte-americanos é Carl Barks. Depois de ter contribuído com a revista humorística The Calgary Eye-Opener com cartuns eróticos (para a época), ingressou no Estúdio Disney e participou da produção de "Branca de Neve e os Sete Anões", primeiro longa metragem de animação de Disney, em 1937, e de vários curtas-metragens do "Pato Donald".
Em 1942, Barks desenhou, ao lado de Jack Hannah, a história em quadrinhos "O Tesouro do Pirata". Ele resolveu, então, dedicar-se a essas narrativas gráficas sequenciais. O artista deixou o estúdio de animação e, em seu sítio localizado na Califórnia, escreveu e desenhou mais de 500 histórias, longas e curtas, com o "Pato Donald" e seus familiares. Criou personagens que se popularizaram entre os leitores: o milionário e avarento "Tio Patinhas", o sortudo e arrogante "Gastão", o inventor maluco "Professor Pardal", os "Irmãos Metralha", a feiticeira "Maga Patalójika", entre outros.
Além de Barks, diversos artistas produziram histórias para as revistas de quadrinhos nos Estados Unidos, como Walt Kelly, Paul Murry (desenhista das aventuras de "Mickey" e co-criador do "Superpateta"), Tony Strobl e Jack Bradbury.
Seguiram-se inúmeras outras produções da Disney, umas com imagens animadas, outras com imagens reais, outras, ainda, fundindo os dois gêneros, como "Mary Poppins" (1964).
Na década de 1960, para atender ao mercado latino-americano e europeu, surgiu o Studio Program, que desenvolveu novos personagens, a exemplo do atrapalhado primo "Peninha" (criado pelo roteirista Dick Kinney e pelo desenhista Al Hubbard) e dos espiões "0-0 Zé-ro" e "Pata Hari" (paródia de James Bond).
Nos anos 1970 os quadrinhos Disney norte-americanos ficaram repetitivos e foram gradativamente perdendo leitores. O destaque fica apenas para as aventuras do "Superpateta" desenhadas por Pete Alvarado e para as histórias curtas de "Mickey" com arte de Paul Murry. A década seguinte foi marcada pelo aparecimento de novos quadrinhistas (Keno Don Rosa e William Van Horn), responsáveis pelo renascimento dos quadrinhos Disney. Don Rosa, por exemplo, retomou a obra de Barks e recriou clássicos desse artista, como a série "A Saga de Tio Patinhas", que conta a história do personagem desde a infância pobre na Escócia até sua velhice como milionário e o encontro com os sobrinhos.
No mesmo ano em que surgiram nos Estados Unidos, as tiras de "Mickey" chegaram ao Brasil. Na edição 1277 da revista "O Tico-Tico", os leitores brasileiros encontravam as "Aventuras do Ratinho Curioso - Walt Disney e UB Iwerks. Exclusividade para O Tico-Tico em todo o Brasil". Logo, o personagem passou a aparecer sobre o logotipo da publicação ao lado de outros personagens ("Chiquinho", "Jagunço", "Zé Macaco" e "Faustina", "Gato Félix", "Lamparina", "Réco-Réco", "Bolão" e "Azeitona", etc.), com arte de J. Carlos. Este foi o primeiro artista brasileiro a desenhar "Mickey", seja em capas do "Almanaque O Tico-Tico", seja em peças publicitárias publicadas na revista nos anos 1930.
Ao longo das décadas de 1930 e 1940, os quadrinhos Disney estiveram presentes nas páginas da Gazetinha, do Suplemento Juvenil, O Lobinho, Mirim, Guri e Gibi. Nesses periódicos, as tiras com os personagens Disney dividiam o espaço com histórias de outros personagens distribuídos por syndicates americanos e com histórias feitas por artistas brasileiros.
Em julho de 1950, a Editora Abril lançou a revista mensal "O Pato Donald" (que, a partir do número 22, passou a ser editada semanalmente, em formatinho), seguindo o modelo da publicação argentina "El Pato Donald". Dois anos depois, chegava às bancas a revista mensal "Mickey". O título "Zé Carioca" teve início em janeiro de 1961, com o número 479 da revista do "Pato Donald", revezando quinzenalmente com ela. Já "Tio Patinhas" ganhou sua revista no final de 1963, inicialmente intitulada "Almanaque Tio Patinhas". Na década de 1970 foram lançadas as revistas "Almanaque Disney", "Disney Especial" (coletâneas de histórias agrupadas por temas), "Edição Extra", além de diversos almanaques e edições especiais. Com o tempo, várias publicações foram descontinuadas, mas as revistas "Pato Donald", "Mickey", "Zé Carioca" e "Tio Patinhas" continuam a ser produzidas mensalmente.
O primeiro artista brasileiro a desenhar histórias em quadrinhos Disney foi Jorge Kato, cuja primeira história, "Papai Noel por acaso", saiu em dezembro de 1959. Até 2001, diversos quadrinhistas brasileiros realizaram histórias com personagens Disney: Waldyr Igayara, Carlos Edgard Herrero, Renato Canini, Primaggio Mantovi, Moacir Rodrigues Soares, Irineu Soares Rodrigues, Luiz Podavin, Roberto Fukue, Euclides Miyaura, Eli Leon, Gustavo Machado, Paulo Borges e os roteiristas Cláudio de Souza, Ivan Saidenberg, Júlio de Andrade Filho, Gerson Teixeira, entre outros. Da imaginação desses artistas saíram personagens como "Morcego Vermelho", "Biquinho", "Zico e Zeca", "Pedrão", etc.
Infelizmente, no ano de 1966 foi detectado um tumor maligno (câncer) no pulmão esquerdo de Walter Elias Disney, razão pela qual na data de 6 de novembro do mesmo ano, ele submeteu-se a uma cirurgia para removê-lo. Após duas semanas da realização da cirurgia, Walt saiu do Hospital St. Joseph e passou alguns dias em seu estúdio, bem como visitando alguns parentes. No entanto o seu estado de saúde agravou-se, voltando a ser internado. Infelizmente o sistema circulatório de Walt entrou em colapso, vindo a falecer.
O cineasta, não viveu para ver as atrações da Walt Disney World, como o Epcot Center, o Magic Kingdom, os Estúdios MGM (atual "Disney Hollywood Studios") e o Disney Animal Kingdom, além dos parques aquáticos. Walt Disney faleceu no dia 15 de Dezembro de 1966, aos 65 anos, em Los Angeles, na Califórnia, vítima de câncer de pulmão.
Para além de estúdios cinematográficos, o vasto império criado por Walt Disney inclui diversos parques temáticos (Disneylândia, Eurodisney...), inúmeros canais de televisão e elevados rendimentos originados na venda direta de filmes e livros e nos direitos de utilização, por outras entidades, das imagens dos seus personagens.

Walt Disney transformou-se numa lenda, tendo criado, com a ajuda da sua equipe, todo um universo de referências no imaginário infantil de sucessivas gerações. As suas histórias, facilmente compreensíveis, refletem os valores médios da tradição americana.
Fontes: wikipedia, omelete.com.br, disneymania.com.br e marcelpavela.blogspot.com