Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 22 de julho de 2011

181 - Renato Russo no cinema: dois filmes sobre a vida e obra do grande astro do rock brasileiro

Um dos meus artistas preferidos da música estará em foco nas telas do cinema em breve. Dois filmes que estão sendo produzidos atualmente vão mostrar a vida e a obra do cantor e compositor carioca Renato Russo. O longa-metragem "Somos tão jovens" tem a capital federal como pano de fundo e conta a vida de Renato antes de se tornar o ídolo roqueiro de milhões de brasileiros e deve ser lançado até junho de 2012. Dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, o filme mostra o astro, interpretado pelo ator Thiago Mendonça, desde a adolescência, quando ele começou a imaginar e planejar o seu sonho de se tornar o líder de uma banda de sucesso no rock´n´roll, o que realmente aconteceu.
Inicialmente o nome do filme seria "Religião Urbana", mas por sugestão da mãe de Renato, Maria do Carmo Manfredini, foi mudado para "Somos tão jovens", depois da argumentação de que ele não gostava que a banda fosse cultuada.
A fita é uma produção de porte médio, orçada em R$ 6,5 milhões, sendo que R$ 700 mil vieram de um programa do BNDES que contemplou 18 projetos de filmes.
O ator Thiago Mendonça vai viver Renato Russo no cinema

Cena de show do Aborto Elétrico no filme "Somos tão jovens"
O outro filme em fase de produção é “Faroeste Caboclo”, com previsão de lançamento para o início de 2012, com direção de René Sampaio e inspirado na música homônima do Legião Urbana, que também tem como cenário Brasília e conta a história de João de Santo Cristo. O filme será estrelado por Fabrício Boliveira e Ísis Valverde. A música “Faroeste caboclo”, com seus 168 versos, que está no disco "Que país é este", de 1987, tem exatamente 9 minutos e 4 segundos e conta a epopeia do moço pobre do Nordeste brasileiro que vira bandido e que, ao se apaixonar pela moça rica, Maria Lúcia, se redime, mas acaba assassinado pelo traficante Jeremias.
Um fato interessante do filme é que o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, faz uma pequena participação.
Cena do filme "Faroeste caboclo", a história de João de Santo Cristo
Renato Manfredini Júnior, o talentoso cantor e compositor carioca conhecido nacionalmente como Renato Russo, fundador e líder da imortalizada banda brasiliense de rock Legião Urbana, nasceu aos 27 de março de 1960 no Rio de Janeiro e faleceu aos 11 de outubro de 1996, também no Rio, de complicações da AIDS.
Até os seis anos de idade, Renato Russo sempre viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Em 1967, mudou-se com sua família para Nova Iorque pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para uma agência de lá, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens. Foi quando Renato foi introduzido à língua e à cultura norte-americanas. Aos nove anos, em 1969, Renato e sua família voltaram para o Brasil, indo morar na casa de seu tio Sávio, numa casa na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, passando a morar na Asa Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na bacia. Renato sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento Renato teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, Russo teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.
Sua primeira banda chamava-se Aborto Elétrico, tocava punk rock e durou quatro anos, de 1978 a 1982, influenciando sobremaneira a sua futura carreira. Sua formação contava com Renato Russo, os irmãos Felipe (Fê) e Flávio Lemos, baterista e baixista, e o guitarrista sul-africano André Pretorius.  Devido a divergências entre Renato e Fê, a banda se separou. As canções dessa fase foram depois divididas entre o pessoal da Legião Urbana, de Renato Russo, e do Capital Inicial, de Fê e Flávio Lemos que mais tarde incluiria o guitarrista Loro Jones e o vocalista Dinho Ouro-Preto. Dentre elas, destacam-se "Que país é este", "Geração Coca-cola", "Música urbana", "Fátima", "Tédio" e "Veraneio vascaína". Após o fim do Aborto Elétrico, Renato começa a compor e a se apresentar sozinho, tornando-se o "Trovador Solitário". A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou ao baterista Marcelo Bonfá, ao guitarrista Eduardo Paraná e ao tecladista Paulo Paulista, formando a Legião Urbana, tendo Renato como vocalista e baixista. Suas principais influências foram as bandas de punk rock que surgiram na época, especificamente o The Cure de Robert Smith e o The Smiths de Morrissey.
Após os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saem da Legião. A vaga de guitarrista é assumida por Ico Ouro-Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por Dado Villa-Lobos. A entrada de Dado consagrou a formação clássica da banda. À frente da Legião, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, sendo reconhecido como um dos maiores poetas do rock brasileiro, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica (alguns adoravam o cantor como se fosse um deus). Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.
Renato Russo morreu aos 36 anos de idade, no dia 11 de outubro de 1996, pesando apenas 45 quilos, em consequência de complicações causadas pela Aids (era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença). Deixou um filho, Giuliano Manfredini, à época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Russo foi cremado e suas cinzas lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.
No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado e Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após sua morte, a banda ainda apresenta vendagens expressivas de seus discos.
Lembro-me bem do dia da morte de Renato Russo. Depois do trabalho, ao chegar em casa, minha esposa Cléa me deu a notícia. Fiquei muito triste. Então, em uma homenagem íntima, peguei o meu velho aparelho de som, meus discos de Renato Russo e da Legião Urbana, pedi algumas cervejas no boteco de Alex, ali pertinho, e sentei-me na calçada para ficar horas ali conversando e ouvindo as suas músicas que tanto me faziam e continuam fazendo bem. Sabia que ele iria fazer falta, muita falta. Não me enganei. Até hoje não apareceu no rock brasileiro alguém com todo o seu talento para compor canções tão marcantes na vida da gente, além da sua maneira bem peculiar de cantar. Saudades do Trovador Solitário.
Álbuns de estúdio - carreira solo:
The Stonewall Celebration Concert (1994)
Equilíbrio Distante (1995)
O Último Solo (1997)

Coletâneas:
Série Bis: Renato Russo - Duplo (2000)
Para Sempre - Renato Russo (2001)
Série Identidade: Renato Russo (2002)
Presente (2003)
O Talento de Renato Russo (2004)
O Trovador Solitário (2008)
Renato Russo: Duetos (2010)

Videografia:
Acústico MTV (1999) (gravado ao vivo em 1992) (póstumo)
Renato Russo Entrevistas MTV (2006) (póstumo)
Acústico MTV Série Bis DVD + CD (2007) (gravado ao vivo em 1992) (póstumo)
Rock Solidário - O Filme (2009) (42º Festival de Cinema Brasileiro em Brasília) (Curta-metragem)
Fonte: Wikipedia.

180 - "Causos" e histórias espinosenses: Shows de artistas consagrados em Espinosa

A oportunidade de assistir a shows de grandes artistas é muito rara em Espinosa. Mas, mesmo raramente, alguns artistas consagrados já estiveram em solo espinosense apresentando o seu trabalho. Lembro-me de que o cantor José Augusto se apresentou em um circo certa vez, mas não estive lá, não me lembro o porquê. O ótimo violeiro, cantor e compositor Elomar se apresentou na AABB e eu,  infelizmente, perdi a sua performance. Não assisti também ao show do palhaço Tiririca, hoje deputado em Brasília, que se apresentou na Praça Antonino Neves em certa época.
Mas estive presente no Hotel Espigão quando o famoso cantor Nélson Gonçalves esteve em Espinosa para fazer sua campanha política ao cargo de deputado e se apresentou para a comunidade espinosense. Muito bom! Neste mesmo local assisti ao show da cantora sertaneja Nalva Aguiar. Nós, da Turma da Resina, tínhamos o costume, ótimo por sinal, de nos reunir para aplaudir todos os artistas que se apresentavam na nossa cidade, independentemente do nosso gosto musical. Neste dia, nos juntamos para, em tom de brincadeira, aplaudir incansavelmente e ficar gritando o nome da cantora o tempo todo. A recompensa veio ao final do show, quando ganhamos uns beijinhos da cantora. Depois disso, foi a maior curtição com os amigos a respeito dessa conquista.

Em outra oportunidade, em uma festa na AABB, assisti à apresentação do cantor, ator, humorista e compositor Moacir Franco. Foi muito bom. Neste dia aconteceu uma situação interessante comigo. Como não sou apreciador do trabalho do Moacir, apesar de respeitar e reconhecer o seu grande talento, fiquei conversando animadamente, em voz baixa, com Izaías (Zazá), que estava na mesa vizinha à nossa, enquanto ele se apresentava. Estávamos lá no maior papo, quando Moacir Franco, cantando e sorrindo, se aproxima bem devagar, cumprimenta os integrantes da nossa mesa e chegando perto de nós, me diz ao pé do ouvido: - Estou cantando pra vocês, p...! Ficamos os dois totalmente desconcertados, terminamos ali mesmo o papo e passamos a prestar atenção ao show do homem. Ele tinha razão. Não estávamos respeitando a apresentação do seu trabalho. Aprendemos a sutil lição que nos deu o Moacir. Daquele dia em diante, sempre que assisto a um show, independentemente do meu gosto musical, presto bastante atenção e se não estiver gostando, vou-me embora, mas nunca mais atrapalho ou emito vaias ao seu trabalho. Vivendo e aprendendo!
Outro espetáculo curioso a que estive presente, foi a apresentação do cantor e compositor de música romântica brega, Bartô Galeno, que se apresentou no pátio do Colégio Joaquim de Freitas, com nossa turma presente e gritando o seu nome o tempo inteiro. Foi uma farra! Encontrei o Bartô Galeno durante o dia, antes do show, visitando a loja de discos "A musical" de Júlio Figueiredo (já não existe mais) e depois tomando umas e outras no "Bakana", de Waldir Mendes. O cara é de uma simplicidade espantosa. Não é à toa que gosto demais da sua música "No toca-fita do meu carro", que considero a melhor música brega de todos os tempos. É a minha favorita.
Mas o show que mais me vem à lembrança entre todos, foi a apresentação (ou não apresentação), do cantor e compositor baiano de Caitité, Waldick Soriano. Waldick iria se apresentar no palco do "Clube dos Cem", antigo prédio do cinema, em um sábado à noite. Acontece que Waldick se encontrou com Carlito Cruz (Fueiro), amigo de longa data, e ficaram o dia inteiro batendo papo, tomando umas biritas e relembrando velhas histórias. À noite, na hora marcada para o início do show, nada de aparecer o Waldick. Ficamos esperando ansiosamente a sua aparição. Só depois de uma hora, mais ou menos, aparece o cantor, como sempre, elegantemente vestido de terno preto, óculos escuros e com o seu inconfundível chapéu preto. Sobe ao palco cambaleante, ajudado por um amigo e cumprimenta a todos em frente ao microfone. Começa a cantar a primeira canção e não consegue continuar. É retirado do palco e levado ao hotel para se recuperar. Estava completamente embriagado depois da grande farra com Carlito. O que fazer, então? Em meio a muitos risos e caras desapontadas, resolvemos fazer a nossa parte para não deixar aquela situação decepcionar o público presente e acabar com a nossa animação. Começamos a gritar o nome de Eron, figura de destaque em nossa cidade e músico apaixonado pelo trabalho de Waldick, para que ele o substituísse. Encorajado pelos nossos gritos e pedidos, Eron subiu ao palco, assumiu o lugar do ídolo e começou a cantar, acompanhado do seu inseparável pandeiro. Foi um espetáculo! Eron arrebentou! Cantou por mais de uma hora todos os sucessos de Waldick Soriano, sempre aplaudido intensamente por toda a plateia. Ao final do show, Eron foi efusivamente cumprimentado por todos nós. Foi a sua consagração.
Coisas de Espinosa! Um grande abraço espinosense.