Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 1 de julho de 2011

164 - O fantástico mundo das histórias em quadrinhos

Será que estou enganado ou ninguém mais lê revistas em quadrinhos hoje em dia? Tenho percebido que as pessoas, principalmente os jovens, não mais se deliciam com as divertidas histórias de tantos personagens maravilhosos, contadas nas famosas revistinhas. De personagens engraçados a super-heróis imbatíveis, de seres mitológicos a animais falantes, de pistoleiros impiedosos a xerifes ferrenhos defensores da lei, de mágicos hipnotizadores a homens selvagens, as histórias em quadrinhos sempre tinham uma boa lição a passar aos leitores.
Quem não se lembra do Mandrake, criação de Lee Falk em 1934, com desenho de Phil Davis, um mágico hipnotizador que, elegantemente vestido de terno, capa, cartola e luvas, lutava contra os criminosos usando a sua técnica de hipnose instantânea, com a ajuda do inseparável gigante príncipe africano Lothar?
E o Fantasma (The Phantom), também criado por Falk em 1936 e desenhado por Davis, o mascarado de máscara preta e uniforme vermelho, que, munido de duas pistolas 45 carregadas na cintura e com a ajuda dos seus leais companheiros, o cavalo Herói e o lobo Capeto, combate os marginais mais perigosos?
Como não se lembrar de Tex Willer, o lendário ranger texano criado pela dupla Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini em 1948, que, ao lado dos amigos Kit Carson e o índio navajo Jack Tigre, mais o filho Kit Willer vivem as maiores aventuras no velho Oeste?
E o Homem-Aranha (Spider-Man), criação de Stan Lee e Steve Ditko em 1962, o aracnídeo super-herói que vive escondido sobre a pele do fotógrafo Peter Parker?
E o Demolidor (Daredevil), criação de Stan Lee e Bill Everett em 1964, o brilhante advogado cego que defende seus clientes durante o dia e que se transforma no vigilante mascarado que, à noite, sai à caça dos crimonosos?
E quem não se lembra da hilária dupla Mortadelo e Salaminho (Mortadelo y Filemón), criação de Francisco Ibáñez em 1958, os dois atrapalhados agentes da "T.I.A." que lutam bravamente contra a espionagem internacional?
E o famoso Homem de Aço, o Super-Homem (Superman), criação de Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938, o super-herói mais conhecido no mundo, dotado de poderes extraordinários?
E o Ken Parker, o "Rifle Comprido", o cowboy criado por Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo em 1974, na Itália, que vaga pela imensidão dos Estados Unidos promovendo a ordem e a justiça?
E o preguiçoso e bem-humorado recruta do Exército Americano, o Recruta Zero (Beetle Bailey), criação de Mort Walker em 1950, que vive às turras com o intragável Sargento Tainha e seu cachorro Oto?
E o Homem de Ferro (Iron-Man), criado em 1963 por Stan Lee e Don Heck, o playboy bilionário e encrenqueiro que combate criminosos a bordo de sua armadura indestrutível?
E o incrível Hulk, criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1962, o gigante verde em que se transforma o Dr. Robert Bruce Banner quando fica irritado com alguma coisa?
E o Capitão América (Captain America), criação de Joe Simon e Jack Kirby em 1941, o destemido mascarado de uniforme com as cores da bandeira americana e o seu escudo fantástico?
E o Zorro (Lone Ranger), criação de George Washington Trendle e equipe, e desenvolvido pelo escritor Fran Striker em 1933, o hábil atirador mascarado que, ao lado do índio companheiro de aventuras Tonto, defende a lei na América?
E o Gasparzinho, o Bolinha, a Luluzinha, a Turma da Mônica, o Thor, a Pantera Cor-de-Rosa, a dupla Tom & Jerry, o Manda-Chuva, o Gato Félix, o Pica-Pau, o Pernalonga, o Zé Colmeia, Os Flintstones, etc, etc? Tem histórias para todos os gostos, para todas as idades, para todos os admiradores e cultuadores de uma boa história e de um bom personagem. Não deixem de ler, é sensacional!
Quanto aos maravilhosos personagens da Disney, fica para uma próxima postagem, OK?

163 - Será que vamos cair de novo?

A maldição continua. Mais uma derrota. E em casa. E de goleada. E jogando muito mal. O que será do Galo no Campeonato Brasileiro de 2011? Mais uma luta desesperada contra o rebaixamento? É o que se descortina para o time mais amado das Minas Gerais.
O Internacional veio fechadinho, com cinco jogadores no meio de campo e apenas o Leandro Damião no ataque. Mas mesmo assim, com a grande qualidade técnica de Tinga, Guiñazu, Zé Roberto, Oscar e D´Alessandro,  comandou o jogo e teve as melhores oportunidades para marcar. O Galo errava muitos passes e tinha pouca movimentação dos seus jogadores de meio-campo e ataque, sendo facilmente envolvido pelos jogadores colorados. No segundo tempo é que a coisa degringolou de vez, com uma atuação medíocre e desalentadora. Poderia ter perdido de mais, tamanha era a facilidade com que o Inter chegava ao gol de Renan Ribeiro. Assim, só resta ao Galo vencer a qualquer custo, nas próximas rodadas, o Ceará, fora de casa, e o América, na Arena do Jacaré, para tentar subir na tabela e afastar a grande crise que se instalou na Cidade do Galo.
Como explicar por que uma equipe que tem em seu plantel jogadores da qualidade de um Daniel Carvalho, Réver, Dudu Cearense, Guilherme, Magno Alves, Mancini, Renan Oliveira, Serginho, Richarlyson, Renan Ribeiro, Leonardo Silva, entre outros, não consegue formar um time coeso, equilibrado e competitivo e consiga bons resultados na competição mais disputada do futebol brasileiro?
Apesar de ter o melhor centro de treinamentos do país, um treinador de ponta, considerado um dos melhores na atualidade, bons salários pagos religiosamente em dia e um grupo de jogadores de boa qualidade, a equipe do Atlético não consegue desenvolver um bom futebol, frustrando mais uma vez a apaixonada massa atleticana. Não há explicações racionais para isso. Só pode ser a maldição da santa que perdura até hoje (rs). Quando isso vai acabar? Só Deus sabe.
Estava até imaginando se isso fosse há dez anos, eu poderia reunir os atleticanos do 9 de Março (Eu, Zinho, Tintin, Fonso, Dai e Rubens) para atuar pelo Galo e tirar o time dessa situação vexatória (rs). Mas pensando melhor, a coisa é tão feia que se até o Messi e o timaço do Barcelona vierem jogar pelo Galo, é bem possível que eles não ganhem de ninguém. Ô maldição que não acaba nunca, sô! 
D´Alessandro e Oscar comemoram um dos gols do Internacional

O goleiro Muriel eo lateral Nei não deram chance a Guilherme
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 0 X 4 INTERNACIONAL
Local: Estádio Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)
Data: 30 de junho de 2011 (quinta-feira)
Horário: 21h (horário de Brasília)
Árbitro: Paulo Henrique Godoy Bezerra (SC)
Público: 7.596 pagantes
Renda: R$ 73.705,00
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Marco Antônio Martins (SC)
Cartões amarelos: (Atlético-MG) Patric, Richarlyson, Daniel Carvalho, Serginho (Internacional) D'Alessandro, Kléber
Cartão vermelho: (Atlético-MG) Guilherme Santos
Gols: Internacional: Leandro Damião aos 9, Zé Roberto aos 10, D'Alessandro aos 31 e Oscar aos 35 minutos do segundo tempo.
ATLÉTICO-MG: Renan Ribeiro; Patric, Réver, Leonardo Silva e Guilherme Santos, Serginho, Dudu Cearense (Wendel) (Mancini), Richarlyson e Daniel Carvalho, Magno Alves (Jônatas Obina) e Guilherme.
Técnico: Dorival Júnior
INTERNACIONAL: Muriel; Nei, Bolívar, Juan e Kléber; Guiñazu, Tinga (Bolatti), D'Alessandro (Ricardo Goulart) e Oscar; Zé Roberto (Fabrício) e Leandro Damião
Técnico: Paulo Roberto Falcão

Em tempo: Quero registrar a minha imensa alegria pelo recebimento de convite de formatura de dois queridos sobrinhos: Daniella Cangussu Tolentino, filha de Júlio César e Neli, que se forma em Zootecnia, e Dayvid Mayne Antunes Tolentino, filho de Marco Aurélio (Lelo) e Maria das Graças (Dedé), que se forma em Direito. Meus parabéns a eles e também a Luciana Oliva Barbosa Lima, filha de José Geraldo e Vilma, que também se forma em Zootecnia. Que Deus os proteja e lhes dê luz e sabedoria para exercer, com ética e dignidade, a sua profissão. Um grande abraço e felicidades.

162 - Espinosense pelo mundo: Gilberto de Abreu Barbosa

Senhoras e senhores espinosenses, com a palavra, o multifacetado artista plástico Gilberto de Abreu:

Nasci na casa de meus pais, Milton Barbosa e Terezinha de Abreu Barbosa, na cidade de Espinosa, Minas Gerais, em 22 de janeiro de 1953, às seis horas da tarde. Em 1954, mudamos para Montes Claros; em 1955, para Itapeva-SP; em 1956, para a cidade de Trombudo Central, em Santa Catarina; e em 1957, voltamos para Montes Claros, quando meus pais se separaram.
Em 1960, com a morte de meu avô materno, viemos para Belo Horizonte. Morávamos eu, meus dois irmãos Gonçalo e Gilson, minha mãe, minha avó Edith e minha tia Isa, todos na mesma casa. Mudamos os seis para o bairro Floresta, à rua Itaúna, de onde me vem as primeiras lembranças de desenhos: com gravetos, desenhava no "nosso" campinho de futebol, e com pedaços de gesso e tijolo, desenhava pelos quintais e passeios das ruas nas imediações da nossa casa.
Desenho com pintura e arame de 1979: "Meu avô cientista",
capa do disco "Sol de primavera" de Beto Guedes
Em 1964, mudamos todos para o centro da cidade - mais especificamente para o Edifício Levy, apartamento 1601. Lá, as primeiras amizades que fizemos foram com os Borges: o Lô e o Yé, e rapidamente, com toda a família. O Lô e o Yé eram da turma da Tupis (moçada que se reunia na esquina da Rua Tupis com Rua São Paulo), da qual faziam parte Beto Guedes, Leu, Grilo, Mará, Fred, Flamínio, Marco e Miguel, Napola, Márcio Ciranô, Eduardo Cançado, Boss, Zé Eduardo e Dudu Geral, turma a qual nos ligamos, eu e meus irmãos.
Como a maioria vinha do interior e morávamos em apartamentos, a cidade virou o quintal de nossa casa. No meio disso tudo, muita música e desenhos em papéis, telas, paredes e muros, somados a estudos ginasiais nos colégios Anchieta e Tancredo Guimarães, tendo duas bombas no percurso. A turma foi se dissolvendo até que, em 1970, chega de mudança para o nosso apartamento o primo Yuri Popoff e seu violão, vindo de Montes Claros. Depois, chegaram também seus irmãos Alik e Tânia e nossa prima Veruxka, aumentando consideravelmente a população do 1601 - que já era ponto obrigatório de todos os montes-clarenses "cabeças" e angustiados, todos atrás da sopa de Dona Edith, no começo dos anos 70.
Gilberto de Abreu - Making off - Construtivismo pop
A presença do Yuri me levou às tardes ao Conservatório de Música, mais precisamente à biblioteca, e também fortaleceu o contato com esse universo. Comecei a fazer cartazes e cenários para recitais, shows e festivais. Em 1972, depois de algumas viagens de carona, entrei para o curso livre da Escola Guignard, onde passei alguns meses intensos. Com a mesma liberdade que entrei, saí. Comecei a me interessar por quadrinhos e tomei noções de desenho animado com Ivan Pedro.
Em 1973, conheci a Miriam e nos juntamos. Moramos 40 dias em Brasília, onde ela morava - saída de Belo Horizonte e vinda da Bahia ainda criança, depois voltamos para Belo Horizonte e fomos morar no bairro São Lucas. Morávamos no fundo da casa de um músico, Melão, e seu conjunto Banquete 93 de Cogumelos. Em 1974, eu e Miriam levamos ao Jornal de Minas um projeto de uma Feira de Artes, a ser realizada em um dos quarteirões fechados da Praça Sete. Uma semana de shows, exposições e quadros a preços populares.
Pintando cenário
Realizamos esse evento e começaram a surgir novos amigos, dessa vez dos pincéis e tintas: Luis Maia, Humberto Guimarães, Benjamim, Gazinelli, Weiss, Mário Vale, Eimir, que me levaram a publicar em jornais e revistas independentes. E Roberto Wagner, uma parceria que me rendeu muitos trabalhos: "Risos e Facadas", "Galeria Submarindio", "Grupo Arco-Íris", entre outros. Em 1975 nasceu José Rafael, nosso primeiro filho. Por essa época comecei a ilustrar o suplemento literário do jornal Minas Gerais, no momento do "boom da literatura em Minas", e intensifiquei minha participação em salões. Além disso, comecei a fazer muitas pinturas ao vivo e performances junto a exposições coletivas, jornais, suplementos, cenários e adereços de teatro.
Óleo sobre tela: Noturna elétrica (2002)
Em 1979, minha mãe, com câncer já em estado adiantado, passa o ano quase todo em hospitais, onde falece. Nasce também nossa filha Tamira. Mudamo-nos para o bairro Glória, onde começamos a construir uma casa. Sai um desenho meu na capa do álbum "Sol de Primavera", do Beto Guedes, tendo ótima repercussão nacional e trazendo para mim de novo a relação com os músicos. Faço cenário para o Lô Borges e sua "Via Láctea", viajamos com seu show para algumas cidades do Brasil. Em 1980/81, inicio parceria com Toninho Horta: participo da Orquestra Fantasma como cenógrafo, performer, às vezes diretor de cena, às vezes iluminador... etc.
Pintura "Edifício Quinze Garotas"
Em 1981, começo a freqüentar a Oficina Goeldi, quando lanço um livro de desenhos e poemas. Nasce Luando, nosso terceiro filho. A Oficina Goeldi me levou à gravura, e através do cineasta José Sette de Barros, também ao cinema. Depois, participei de um curta e um longa, realizados também pela Oficina, e trabalhei em outro longa com o Grupo Novo de Cinema e Helvécio Ratton. Enfim, a década de 80 passou entre exposições, cenários e o início, mais ao fim da década, da criação de óperas e operetas visuais, já uma mistura de música, poesia e pintura, reunindo, assim, várias facetas da minha vivência.
Tocando cavaquinho
O ano de 1990 começou agitado, com mudanças políticas, exposições, cenários para TV e shows, e terminou em Buenos Aires com a exposição do Grupo Azar, recém criado por brasileiros, argentinos e chilenos. Do Brasil, Gabriela Demarco, Rui Santana, Orlando Castaño e eu. Do Chile, Ivo Vergara. Da Argentina, Marina Decaro, Mário Soares e Anna Göebel, que mais tarde se mudaram para Belo Horizonte, onde continuamos nossa parceria em outros eventos. Depois, Joaquim Mascaró, do Uruguai, agregou-se ao grupo.
Com o Grupo Azar no Rio de Janeiro em 1982
Em 1991, fizemos algumas exposições e fechamos o ano no Chile, onde realizamos uma grande exposição do Grupo Azar. Em 1992, uma parceria com o músico Paulinho Pedra Azul rende livro, exposições, capa de disco etc. E chega a vez do Brasil receber o Grupo Azar: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em 1993, fizemos Buenos Aires e muitas exposições no Brasil. Miriam adoece. Em 1994, em março, ela falece, fazendo desse ano um dos mais difíceis da minha vida.
Óleo sobre tela: "Retrato de Míriam"
Em 1995, retomo minhas atividades com a opereta poética apresentada na Bienal de Poesia e sigo com exposições, cenários e recitais, entre outros projetos. Nesse ano conheci Luciana, e ficamos juntos até o ano 2000. Essa relação alimentou a parte poética do meu trabalho, gerando livros e performances em eventos de poesia. Também retomei a produção no suporte quadrinhos, publicando minhas histórias na revista Graffiti. Além disso, participei da produção de filmes como cenógrafo do curta de Patrícia Moran e como montador do primeiro longa (ainda inédito) de Fábio Carvalho. Fecho 2001 concluindo um projeto que está sendo feito desde o início de 2000: o CD de poesia "João, Gilberto e Clarisse".
Gilberto de Abreu no Grande Arco de La Defense, em Paris
Gilberto de Abreu Barbosa
"O Beto traz para perto da gente a ligação do sonho com o real. Liga o consciente ao inconsciente como quem abre uma janela e deixa entrar o sol."
Lô Borges, músico, 1984

Veja aqui o currículo do Gilberto:

161 - "Causos" e histórias espinosenses: O nosso maior orador

O maior orador da cidade, o homem que tinha o dom da palavra fácil, com toda a sua eloquência e os seus famosos suspensórios. Este era o Senhor Geraldo Anacleto, comerciante que tinha a sua loja na Praça Coronel Heitor Antunes. Personagem assíduo nas comemorações cívicas da cidade, principalmente nos festejos do 7 de setembro, quando todos os alunos ficavam perfilados sob um sol escaldante em frente ao palanque da praça da Prefeitura, para ouvir os discursos das autoridades municipais. Seu Geraldo Anacleto, com sua barriga proeminente e seus elegantes suspensórios, era o grande mestre de cerimônias nestas ocasiões. Nós, estudantes, não gostávamos muito dos discursos do nosso grande orador, pois enquanto ele discursava solenemente por um tempo bastante longo, nós ficávamos ali de pé, em fila indiana, debaixo de um sol abrasador, sem poder debandar, sob o olhar compenetrado dos nossos professores. Não era mole não!
O senhor Geraldo Anacleto foi homenageado pela Câmara Municipal ao receber o título de Cidadão Honorário de Espinosa nos anos 70, merecidamente. Era uma pessoa muito querida na comunidade.
Diz a lenda que um comerciante da cidade, a quem ficticiamente chamarei de Pedrão, depois de ver encalhado em seu estabelecimento (sem vender uma única peça), um grande lote de determinada mercadoria, decidiu se livrar daquele problema. Ou seja, decidiu "empurrar" o pepino para frente. Depois de matutar bastante, ele teve uma ideia. Contratou alguns meninos e pediu a eles que se dirigissem até o comércio de Sêo Geraldo, lá na praça, por vários dias e em horários diferentes, perguntando se havia disponível para compra a tal mercadoria. A intensa procura deixou-o chateado pela perda da oportunidade de venda e consequente lucro. Dias depois, como quem não queria nada, o comerciante Pedrão passou por lá para bater um papo e saber das novidades. Conversa vai, conversa vem, ele introduziu no papo o assunto da grande procura pela tal mercadoria. Sêo Geraldo então confessa que se tivesse um estoque daquele produto, teria vendido tudo nos últimos dias, já que a procura estava muito grande. O esperto comerciante então, se fazendo de inocente, conta a ele que, por coincidência, acabara de receber uma grande quantidade e que cederia, com a maior boa vontade e pelo melhor preço, a "metade" (leia-se tudo) da mercadoria tão procurada. E assim aconteceu. Sêo Geraldo Anacleto recebeu o lote da mercadoria, pagou à vista e ainda agradeceu emocionado ao seu colega pela atitude tão sublime. Terminada a negociação e a entrega dos produtos pelo espertalhão, eis que nunca mais se viu ninguém procurando por aquela famosa mercadoria, que a partir dali apodreceu abandonada em alguma das prateleiras da loja de Sêo Geraldo Anacleto até os seus últimos dias de vida.   
Coisas de Espinosa! Um grande abraço espinosense.
Obs: As fotos da cerimônia na Câmara Municipal  me foram gentilmente cedidas pelo Sissi Caldeira, a quem agradeço.
Sr. Geraldo Anacleto assina documento na Câmara Municipal de
Espinosa, tornando-se cidadão honorário espinosense ao lado
dos vereadores Albino da Costa Ramos, Lauro Mendes e Luiz
Antunes Caldeira, o Sissi. O inusitado da foto é que além dos
salgadinhos sobre a mesa, há duas garrafas de whisky, fato
que seria considerado politicamente incorreto nos dias atuais.

Sr. Geraldo Anacleto recebe cumprimentos pela homenagem
da Câmara Municipal de Espinosa. Estão presentes na foto
os vereadores Lourinho d´Os Cardeais, Dão de Vita e Jefferson.